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[RP FECHADA] A Bela e a Fera

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Mensagem por Lana D'yer Elrien Sex Abr 29, 2016 11:03 am


A BELA E A FERA :: O ENCONTRO
RP FECHADA


As consequências do atentado na Quinta Avenida ainda eram marcantes, o que obrigava alguns a tentar esquecer e outros a insistir em relembrar. 

Em uma noite estrelada e fria, o destino tratou de unir o caminho de uma fera híbrida ao de uma jovem feiticeira. O local? A frente da Riverside Church, monumento importante localizado na cidade de Nova York. 

Ela finalizava mais uma obra 'pró-levante', ele fazia mais uma ronda de rotina. Lana estava pronta para partir após deixar a mensagem 'Eles não são nossos deuses, não precisamos dos heróis de ninguém.' na fachada da igreja, até que sentiu a aproximação sorrateira do enorme homem tigre. A partir de então houve o encontro e o início do conflito entre lados e ideologias opostas. Assim foi o primeiro contato entre a bela e a fera.


Participantes:   Lana D’yer Elrien & Gustavo Katzmann
Data:  Atemporal/Duas semanas após o atentado
Clima:  Frio / 9 graus
Horário:  Por volta das 23:00hrs
Local:  Riverside Church, NYC

>> RP FECHADA EM ANDAMENTO  <<


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Mensagem por Lana D'yer Elrien Sex Abr 29, 2016 12:44 pm



— LANA D'YER : NYXER — RP FECHADA —  A BELA E A FERA :: O ENCONTRO
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Now I'm a warrior, I got thicker skin. I'm a warrior, I'm stronger than I've ever been. And my armor is made of steel, you can't get in.


I'm a warrior!
Tempos atrás a Riverside Church servia como palco dos discursos de Martin Luther King, naquela noite de clima frio e céu estrelado sua fachada dava chance para que eu deixasse marcada minhas palavras.

Com tinta spray negra e um talento duvidoso para pichação, eu havia decorado as paredes externas da igreja com várias frases pró-levante, incentivando a todos a participarem da 'revolução' que acontecia pelos bastidores, oculta aos demais. Cada vez mais mutantes e pessoas como eu ouviam o chamado do 'Homem sem Face' e por isso eu estava ali naquela noite, finalizando a minha última frase que dizia: 'Eles não são nossos deuses, não precisamos dos heróis de ninguém'.

Havia deixado Lex a conversar com alguns mutantes que sentiam toda a pressão do governo e da própria população. Após o atentado na Quinta Avenida, a era de paz entre humanos e mutantes transformou-se em uma lembrança, apenas isso. A maioria dos mutantes que não conseguiam ocultar sua identidade e que não podiam contar com a proteção de ninguém sofria com a intolerância que se propagava dia após dia. Alguns estavam cansados, outros assustados, e ainda tínhamos os revoltados. Lex era o melhor com as palavras e conseguia acalmar qualquer um que encontrávamos a ponto de perder a cabeça. E era por aquele moreno que eu estava na Igreja de Riverside naquela noite, ainda sentindo dores pelos ferimentos causados nos ataques contra todos na Avenida. Porém, sofria ainda mais por ver o comportamento de Alexius mudar. Ele agora não mostrava mais com tanta frequência seu sorriso que eu tanto admirava, estava mais sério e preocupado, pois como mutante já 'fichado' pela polícia, qualquer deslize que desse seu destino poderia ser o pior que poderíamos imaginar.

Mas nada de mau nos aconteceria. O mundo mudaria, todos seríamos livres e nenhuma raça sofreria com a opressão. Foram essas palavras do homem sem face, agora cada um teria que fazer sua parte. Eu estava fazendo a minha, mesmo que discretamente naquele início. Mas em breve cada monumento da cidade contaria com minhas palavras rabiscadas e meu símbolo. Toda minha revolução começaria nas ruas, de maneira marginalizada.

A frase contra os heróis que apenas ajudaram a destruir também foi deixada, não poderia faltar. Eles foram o motivo para tanta mudança, mostraram despreparo e destruíram a fé das pessoas. Esse é o resultado quando se dá o status de deuses àqueles que não são nada de ninguém.

Minja ação era pra ser rápida, era pichar e correr, mas eu perdera certo tempo, pois tinha muito a falar. No fim me afastei poucos passos para trás para apreciar minha 'obra' e percebi naquela noite havia exagerado. Boa parte da entrada da igreja estava coberta pela pichação. Deixei um tímido sorriso escapar e ajeitei minha máscara estrelada, um presente do segundo mutante a quem Lex e eu acolhemos.

Era hora de partir.

Joguei a tinta para dentro da mochila negra que carregava e voltaria para casa, mas algo pareceu estar errado. As vozes cochichavam entre si e aquilo não era bom sinal, elas só faziam isso quando não conseguiam identificar o perigo. Tentei acelerar o passo para sumir no primeiro beco que avistasse, mas antes saquei meu bastão elétrico. Depois disso dei inicio a uma caminhada veloz, foi quando a sombra enorme de uma criatura apareceu na minha frente, fazendo meu coração acelerar pelo susto e minhas pernas correrem em disparada para um lado qualquer. Mas não seria tão fácil me livrar da fera, logo ela estava de frente a mim novamente, obrigando-me a reagir.

- Sai da minha frente se não quiser se ferir.

Eu tentando intimidar alguém era tão ameaçadora quanto um filhotinho desdentado de vira-lata que tentava rosnar. Resumindo, fracasso total. Minhas mãos tremiam, eu recuava para trás, até que percebi o que tinha de frente a mim. Quando a pouca luz da noite conseguiu iluminar a silhueta robusta daquela criatura, o que vi foi um homem, um homem tigre.





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Mensagem por Gustavo Katzmann Sex Abr 29, 2016 2:36 pm



Sem título de propósito
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A paz da sociedade é exatamente igual a uma montanha russa. Uma hora, está subindo, até que chega ao topo e desce com tudo. O que causou isso foi, obviamente, a palhaçada na 5ª Avenida, toda a armação que causou a morte de diversas pessoas. Tudo jogado nas costas de nós, mutantes, disfarçando o motivo real que foi a incompetência do governo em garantir a segurança num evento importante, numa cidade importante, num momento importante. Obviamente, estou sendo sarcástico ao dizer que o evento foi importante, mas o fato é que ele foi desnecessário.

Depois daquele evento, o número de ocorrências envolvendo mutantes - sejam vítimas ou causadores - mais do que dobrou. Ainda assim, resolvi que, por conta própria, tentaria contornar essa situação. A morte daquele civil me causou problema. Pode ser apenas mais uma no meu currículo longo, só que essa pessoa não tinha culpa de estar ali. Quem sabe o motivo dela estar lá? Estaria se divertindo com a família? Apenas de passagem, resolveu parar para ver os carros alegóricos? Não dá pra saber, mas infelizmente ela foi apenas mais uma vítima.

Vou parar de matar por isso? Não. Vilões não param se apanharem. Por vezes, eles até pioram seus atos, se tornam mais violentos, e tudo mais. Mas, infelizmente, essa vida ceifada se tornou um fardo que terei que aguentar, a não ser que algum telepata apague minha mente.

Hoje, a noite está fria. O vento forte bate nos meus pelos, fazendo com que eles se movam sinuosamente. Apoiado com as mãos e as patas numa grade, em meio às sombras, minha silhueta é parcialmente visível, principalmente os olhos, que brilham num tom forte de verde. Recentemente, rumores começaram a tomar as ruas e crimes menores poderiam acabar servindo de ponto de ignição para uma crise muito maior. E é o que eu observo ao ver a igreja de Riverside. Ali, uma pichação acabara de ser feita e, do ponto em que estou, consigo observar a frase escrita: "Eles não são nossos deuses, não precisamos dos heróis de ninguém". Na hora, começo a rosnar, liberando minhas garras e usando elas como apoio para um salto longo. Enquanto corro sob quatro patas, vejo a pessoa responsável por aquilo sair da frente da igreja, correndo e manejando alguma espécie de bastão.

Com um salto, me coloquei a frente da pessoa, sob duas patas. Sua reação imediata foi a de tentar correr para outro canto, mas sou muito mais veloz do que ela, conseguindo acelerar ainda sob quatro patas e voltando a ficar de frente pra ela. Seu rosto não era visível, mas seu cheiro e sua voz me remetiam a uma criança, uma garota provavelmente, não muito jovem, não muito velha. Ela estava visivelmente com medo, como um filho que é pego pelos pais aprontando. Ela tremia demais, e recuava enquanto eu avançava em sua direção. Com as garras pra fora, apareço num ponto de luz e, rosnando, falo com minha voz bastante arcaica e felina.

- Então você acha divertido pichar locais históricos e turísticos, não é?

Olho para o bastão que ela segura e, num impulso, dou um chute em sua mão, para derrubar seu bastão no chão. Logo depois, avanço com força e a agarro pelo colarinho, a jogando contra a parede e rosnando na frente dela. A foice que estava presa às minhas costas refletia a luz fraca da rua, e minhas garras rasgavam um pouco o colarinho da pichadora.

- Me dá um motivo pra não te entregar pra polícia - digo, encarando-a onde suponho estar seus olhos, pois seu rosto está coberto por uma máscara, me impedindo de vê-la.

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Mensagem por Lana D'yer Elrien Sáb Abr 30, 2016 2:00 am



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Now I'm a warrior, I got thicker skin. I'm a warrior, I'm stronger than I've ever been. And my armor is made of steel, you can't get in.


I'm a warrior!
A fera me fizera uma pergunta, mas não pareceu interessada em ouvir minha resposta. O homem tigre fazia questão de expor suas garras e uma voz gutural, o que, confesso, deixou-me intimidada. Logo a criatura estava avançando. Em uma tentativa clássica de defesa apenas girei meu corpo para o lado, tentando escapar de seu ataque que veio em um chute. Consegui poupar meu corpo de qualquer ferimento, contudo, o meu bastão foi acertado e escapou de minhas mãos, caindo e rolando sobre o solo. Só aí entendi que a intenção daquele híbrido era me desarmar, e ele conseguira. As consequências viriam mais tarde e certamente para o mal. Mais do que ninguém o felino deveria saber que um animal acuado tenta de tudo para sobreviver. Eu estava como um animal acuado e, apesar de sempre evitar combates em meus momentos 'sãos', uma hora ou outra o instinto de sobrevivência poderia falar mais alto.

Aproveitando-se de minha fragilidade, ele me agarrou pelo colarinho de meu uniforme e segundos depois já estava me jogando contra a parede. Eu não poderia me ferir novamente, não poderia ter mais uma costela quebrada ou levar uma pancada na cabeça, eu duvidava se teria a mesma sorte que antes, por isso usei uma defesa imediata. Não fui capaz de impedir que a fera me atacasse, mas tentaria me defender das consequências de seu golpe e daria meu revide.

Agilmente e abusando das sombras que existiam ao meu redor, criei um bando de pássaros negros. A maioria se concentrou à frente da parede contra a qual eu me chocaria, eles serviram como uma barreira amortecedora, segurando meu corpo e me impulsionando levemente para frente, fazendo com que caísse de joelhos. Pelo menos eu só teria alguns hematomas leves. O restante do bando concentrava-se em atacar o homem tigre, dando-me tempo para me levantar, mas nesse momento uma voz veio à minha mente, sendo seguida por uma forte lufada de ar que balançou com violência o capuz que cobria minha rosto.

- Ele é um herói que matou um inocente no atentado, mate-o! - dissera a voz.

Olhei para meu colarinho, meu uniforme que também havia sido um presente agora estava rasgado, mas eu não sentia nenhum tipo de fúria e nem estava disposta a matar, pelo contrário, eu estava decepcionada. O gigantesco felino deveria ser um mutante, tinha um título de 'herói', mas agia como um selvagem e nada parecia capaz de impedi-lo de matar, esse parecia ser seu maior propósito.

Por fim levantei-me, erguendo também meus olhos enquanto minha cabeça permanecia abaixada. Olhei na direção da fera, naquele momento meus pássaros negros criados de energia haviam se dissipado. Avistei algo que parecia uma foice  que estava presa às costas do tigre, ela reluzia pela iluminação da rua.

O felino pediu um motivo para não me entregar à polícia, dessa vez eu não deixei escapar a resposta:

- Acho que no momento em que estamos, se for entregue aos homens da lei um herói assassino e uma simples pichadora, quem vai para a jaula é você. - foi nesse momento que abaixei meu capuz, deixando que caísse sobre meus ombros. Minha máscara que cobria apenas certas partes de meu rosto acabou brilhando por conta dos cristais e meus olhos, que a partir dali ficaram completamente visíveis, encaram a fera, demonstrando toda decepção que ainda sentia.

Nunca fui uma pessoa que escolhia as melhores palavras. Antes de conhecer Lex eu parecia uma garota capaz apenas de soltar comentários ásperos e grosseiros para se defender, e naquele momento eu era novamente essa garota.

Olhei para meu bastão, eu precisaria de alguns passos para recuperá-lo, mas antes de tentar isso, falei para o tigre:

- Não acho divertido pichar esses locais, acho necessário, principalmente para que o mundo conheça heróis como você.  Heróis que parecem incapazes de salvar e proteger, que apenas pega o título para poder matar livremente e se mm culpa ou medo das consequências.

Eu sabia que minhas palavras poderiam provocar fúria no tigre, por isso usei mais uma vez meu controle sobre as forças sombrias e criei alguns pássaros feitos de sombras. Dessa vez um grupo manteve um vôo defensivo ao meu redor para me proteger contra eventuais ataques e um grupo menor sobrevoava mais acima, preparando um rasante contra a fera.





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Mensagem por Gustavo Katzmann Dom maio 01, 2016 2:40 am



Sem título de propósito
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Ela tinha seus truques, sobretudo ao me atacar com os pássaros sombrios. Me distraí por alguns segundos, mas foi o suficiente para perceber que minha foice ajudava a remover parte das criaturas de sombras. E ela também era esperta, soube responder minha questão. Removendo o capuz, ela me mostrava ao menos seus olhos. Ela tentava me encarar, mas eu podia sentir que seu olhar era o da presa acuada, que faria qualquer coisa para salvar sua vida, que temia que aqueles fossem seus últimos instantes com vida.

- O que te faz me classificar como herói? - digo, ameaçando sacar a sub-metralhadora.

Minhas orelhas se moviam para todos os lados, eu podia perceber que aqueles pássaros não eram reais, pois nem sequer tinham o cheiro de algum. Mas eles emitiam sons, vários sons. Além de ver os pássaros que rodeavam a garota, os outros que eu apenas ouvia ficavam me rodeando, estavam prontos para me atacar a qualquer instante. Ela só precisaria dar um comando, e eu seria atacado por uma revoada de pássaros feitos puramente de sombras.

Uma jogada problemática... Para ela.

A encaro novamente, com meu olhar selvagem e predatório, aquele que você nunca vai querer ver visto de um animal. Meu pelo se arrepia, um instinto natural de irritação. E começo a falar tornando minha voz ainda mais próxima a de um animal, soando como rosnados.

- Eu já fui um herói, e o que ganhei com isso? Fui imbecil, deixei vilões sobreviverem e perdi tudo. Sabe, garota, você ainda é jovem e talvez crescerá, mas vou te passar a primeira lição hoje:

De repente, coloco uma mão na foice e a puxo com tudo, saltando na direção dos pássaros sombrios e usando eles como impulso para um ataque sombrio de minha foice. Soltando uma das mãos da foice, puxo uma adaga e atiro contra o bastão dela, caso ela tentasse pegá-lo.

- Nem todo gatinho é bonzinho - termino, dando um rugido alto e intimidatório, com toda minha potência vocal.

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Mensagem por Lana D'yer Elrien Dom maio 01, 2016 3:39 pm



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Now I'm a warrior, I got thicker skin. I'm a warrior, I'm stronger than I've ever been. And my armor is made of steel, you can't get in.


I'm a warrior!
O tigre ameaçou sacar uma arma de fogo que até então eu não tinha reparado, recuei um passo, pensando que ele logo partiria para os tiros, o que não aconteceu. Aquele híbrido também tinha muitos questionamentos, mas quando me perguntou o motivo para eu classificá-lo como herói, preferi não responder. Não iria revelar que vozes das sombras falavam comigo, não queria parecer uma louca esquizofrênica.

Diante à sua pergunta apenas levei uma das minhas mãos à nuca, a parte de minha cabeça que se chocara contra uma parede no atentado. O local ainda mostrava um ferimento quase fechado. Memórias invadiram minha mente, meu rosto por alguns segundos havia aparecido nos noticiários e o rosto do responsável pelo meu ferimento também. Bem, talvez eu não pudesse classificar ninguém como herói, a palavra havia sido muito deturpada nos últimos dias e pelas últimas ações de muitos. Os super heróis que estávamos acostumados a ver haviam morrido, dado lugar a criaturas perdidas e amarguradas. Talvez fosse isso o que eu tivesse a minha frente.

Quando olhei para a frase que escrevera minutos atrás, questionei-me se o homem tigre havia visto, seria um bom motivo para que agisse com tanta fúria. Mas... Algumas pessoas não precisavam de nenhum motivo para sucumbir à cólera, e aquela era uma incógnita que eu não teria tempo para solucionar.

Quando olhei novamente para fera, seu olhar estava ainda mais voraz e assassino e ele pareceu forçar sua voz para alcançar um tom ainda mais animalesco. Gostava de se impor pelo medo, conseguia isso pelo seu tamanho e por toda postura selvagem, mas suas palavras seguintes mostraram que também havia muito ressentimento guardado. Por um segundo me sensibilizei pelo drama do grandão, mas não permaneci calada.

- Não acredito que tenha sido um imbecil por deixar vilões sobreviverem, acredito que tenha sido um imbecil por não saber focar no que realmente merecia atenção. Você tem o direito a escolhas e ao menos que não tenha uma ameaça te obrigando a fazer o que não quer, deve parar de drama e aceitar que errou, que precisa arcar com as consequências.

Irritava-me a insistência de alguns que sempre culpavam terceiros por tudo de errado que acontecia em suas vidas. Quando finalmente paramos para refletir sobre o mundo, podemos compreender que toda ação provoca uma reação. E a reação de minhas palavras vieram em um ataque do felino. Ele sacou sua foice e partiu para cima de meus pássaros. Não compreendi muito bem o que pretendia fazer, mas parecia decidido a usar minhas aves para alguma coisa. Só que ele desconhecia um fato importante, eu era a 'mestre'  das sombras ali, eu quem comandava aquele bando.

O primeiro bando já se dispersava, mas logo um novo aparecia acima das costas do tigre. Um novo grupo, este muito maior, também foi criado para minha defesa, mas dessa vez não apenas como um tipo de barreira. Uma parte deles alçaram um vôo em linha horizontal, tendo como ponto principal o tronco do homem tigre. A intenção era fazê-lo recuar, mesmo que contra sua vontade. Aquele grupo não seria capaz de provocar nenhum dano e rapidamente montou um vôo coordenado que cobriu a cabeça do híbrido. Já um outro pedaço do grupo trabalhava em conter o ataque de sua foice, que apenas ali entendi que tinha algo ligado à escuridão. Um feixe de energia negra foi de encontro aos meus pássaros, e quando me atingiu, veio sem força suficiente para provocar um dano mais grave. Ele apenas abriu um corte superficial em meu braço, fazendo um risco ralo de sangue escorrer. Para minha sorte meu uniforme também me protegeu.

Meu outro bando tinha o propósito de atacar e por isso investiu contra o focinho da fera, usando suas garras e asas. Não eram poderosos, mas conseguiam ferir.

O tigre também havia lançado uma adaga contra meu bastão, mas a arma se mostrou frágil demais para provocar qualquer tipo de dano. Aquela criatura parecia irredutível na ideia de me manter desarmada, porém, isso não aconteceria por muito tempo... Aproveitando-me que ele falava alguma coisa enquanto lidava com meus pássaros, corri até o bastão e o peguei em um movimento rápido, a adaga acabou se perdendo, pois sem querer acabei chutando-a. Nesse momento ouvi um alto rugido, senti certa paralisação pela surpresa e um medo irracional, mas logo estava encarando a fera novamente. O bastão estava seguro do lado direito de meu corpo, mas abaixado, naquele momento não oferecia nenhuma ameaça. Eu ainda me sentia intimidada pela criatura feroz que tinha à minha frente e por isso insistia em criar mais um bando de pássaros. Dessa vez não esperei um ataque, ataquei . Um grupo partiu com tudo para cima do tigre, pronto para feri-lo ao máximo na cabeça. O grupo maior, como sempre, rodeava-me. Se aquela fera tentasse algo a mais teria que se livrar da dificuldade imposta pelas minhas aves.

- Eu gostaria de entender o motivo para chegar batendo. E, principalmente, gostaria de entender o que te difere de um 'vilão'. - disse em um tom baixo, quase inaudível. Enquanto isso dividia minha atenção entre o tigre e as portas da igreja.





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Mensagem por Gustavo Katzmann Seg maio 02, 2016 11:47 am



Sem título de propósito
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Percebo que a atingi de maneira a atrair para mim alguns de seus ataques. Um ponto num combate é que você precisa conhecer a estrategia do inimigo antes de atacá-lo com força total. Ela aparentemente gosta de usar ataques que possam me distrair, como o ataque de pássaros que foram destinados a me desequilibrar. Ela quer me machucar, mas busca garantir uma forma de que não me dê a chance de reagir. Quer me deixar indefeso.

Outro ponto é que você precisa saber qual é a vantagem e a desvantagem do terreno de combate. Há uma fonte de luz acima de nós, mas há muitas sombras que posso usar para poder enxergar no escuro. Mas ela também tem relação com a sombra, então não há vantagem para qualquer um nesse quesito.

E outro ponto do combate é que você precisa induzir o medo no oponente e usar tal medo contra ele. Mas falta um ponto: Eu preciso descobrir as fraquezas dela. Agora, como fazer isso? Só seguir o ponto atual.

Vários pássaros sombrios dela atacaram meu focinho, um deles chegou a me atingir, o que me causou muita dor. Mas, ainda assim, precisava me manter firme. Colocava uma das mãos no focinho e fazia cara triste, mas depois voltava a mim e voltava ao combate. Guardando a foice, escuto ela falar algo e uma revoada chegando em mim. Instintivamente, puxo minha katana e começo a rodá-la para dispersar todos aqueles pássaros.

- O que significa ser herói ou ser vilão para você, afinal? Pra mim são conceitos vazios que só definem um lado da guerra. E eu já vivi por coisas que me distanciam dessa definição. É algo que eu não acredito mais que exista. - digo, enquanto termino de dispersar a revoada e, num golpe final, bato com a lâmina da katana no chão, gerando uma vibração que eu escuto totalmente por causa de minha audição aguçada e ficando quase que sob quatro patas.

Voltando a ficar em pose ereta, fico de frente para ela, segurando minha katana fora de posição de combate. De repente, abaixo um pouco as orelhas e faço cara de que estou concentrado, liberando um pouco minhas garras e fazendo uma cara mais selvagem.

- Não adianta falar baixinho, eu posso ouvir e sentir coisas que você nem sequer imaginaria. Posso ouvir seu coração acelerado pelo susto do meu rugido. Posso ouvir a corrente elétrica em seu bastão. Escuto o bater das asas de suas aves. Sinto o cheiro da tinta spray em sua mochila, e espero que você não use essa granada que está guardada aí. E... Isso é algum metal precioso no seu pescoço? Sinto até o cheiro do seu sangue, ainda que seja pouco e que quase não tenha escorrido.

Ainda com a katana em mãos, fico a encarando e volto a rosnar. Entretanto, não a ataco, espero que ela me ataque.

- Mas, se quer realmente algo que me difere de um vilão... É que eu odeio arruaças. E crianças que acham que podem fazer alguma coisa rabiscando igrejas.

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Mensagem por Lana D'yer Elrien Ter maio 03, 2016 12:21 am



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I'm a warrior!
O mundo que me rodeava parecia inundado por batalhas, e não quero que pensem que quando digo 'batalhas' me refiro às dificuldades impostas em nosso dia a dia. Eu falo de batalhas físicas, de homem contra homem, mutante contra mutante ou criatura seja lá qual for contra criatura seja lá qual for. O mundo mais parecia um ringue qualquer ou até mesmo uma arena de guerra, e eu, despreparada, cuidava mais de me defender em meio ao fogo cruzado. Enquanto a maioria usava seus punhos ou armas para lutar, eu preferia me manter centrada em me portar com cautela. Por isso não perdia a cabeça com aquele tigre diante de mim, por isso evitava ao máximo entrar em um combate real, mesmo tendo a certeza de que aquela fera era do tipo que adorava estraçalhar qualquer coisa que estivesse na sua frente. Sendo assim, não me sentia nem um pouco decepcionada ao ver que o homem tigre conseguia lidar com meu ataque e que, apesar de tudo, não se feria com gravidade. Não desejava feri-lo, apenas se fosse realmente necessário.

Aquele híbrido deixou uma questão em aberto, segurando sua katana de forma que também parecia não oferecer ameaça, o que eu não acreditei muito... Levei minhas mãos para trás, segurando firme meu bastão. Ainda não tinha intenção de usá-lo, mas se o homem tigre demonstrasse qualquer atitude agressiva, eu não iria esperar parada e quieta para ser acertada. Uma coisa é você não fazer o tipo que  busca um combate a cada esquina, outra coisa é aceitar servir de saco de pancadas pra qualquer um. E eu nunca gostei de ser a garotinha que apanhava sem fazer nada.

O tigre quis deixar claro que tinha sentidos aguçados, fazendo-me suspirar e olhar para o meu pequeno corte no braço. O sangue já coagulava, e eu tinha uma nova preocupação em mente. Precisava pensar em como reagir caso aquela fera não se mostrasse disposta a me deixar partir. Fugir seria a melhor opção, mas ele era muito mais veloz e poderia me encontrar com facilidade. Bem, uma hora eu teria que tentar alguma coisa e precisava pensar em algo rapidamente, pois aquela fera poderia recuperar seu comportamento selvagem a qualquer instante. Então naquele momento talvez o melhor a fazer fosse falar, mas não irritar o felino.

- Na realidade de hoje em dia, heróis não salvam mais vidas e vilões não somente querem destruir, por isso não há como responder sua pergunta, só te parabenizar por recusar um título falido. - recoloquei meu capuz sobre a cabeça, abaixando-a para que dessa forma as sombras ocultassem mais uma vez meus olhos. A partir de então passei a observar com mais atenção tudo o que tinha ao meu redor. Era hora de definir a melhor maneira de escapar. O tigre tinha todos seus sentidos apurados, mas ainda era incapaz de ler mentes.

- Contudo, você parece perdido e decepcionado demais. Pergunto-me se ainda há algum motivo pelo qual deseja lutar a não ser pelo seu próprio bem estar.  - voltei a segurar firme e com ambas as mãos o bastão às minhas costas. Ouvi o rosnado da fera e prontamente meus olhos se fixaram sobre ela. Pensei que fosse a hora de criar mais um bando de pássaros, mas como não houve nenhum tipo de ataque, preferi dar passos lentos e cautelosos em direção à entrada da igreja, nunca deixando de ficar de frente para o híbrido.

As últimas palavras do tigre fizeram com que parasse por alguns segundos, soaram ameaçadoras, mas ao mesmo tempo tolas e eu fiz questão de mostrar o motivo.

- Não pensei que fosse capaz de odiar alguém por um motivo tão fútil. Você já reparou no que temos atualmente? A hipocrisia resolveu mostrar sua verdadeira face, o jogo de aparências teve fim. - analisava a constituição física daquela fera, era óbvio que não se tratava de um ser humano.

-  O que você é? Um mutante? Esqueceu-se que o governo investia em um discurso ultrajante onde oferecia uma cura para qualquer um como se todos fossem doentes? Eu não sou sua inimiga, não é pra mim que você deve mostrar suas garras, rosnar e muito menos sacar suas armas. É para eles. - nesse momento apontei para uma de minhas mensagens e ela dizia: 'O governo hipócrita que aprisiona deve cair para que todos sejam livres'. Esperava que o homem tigre olhasse naquela direção, assim se dispersaria e eu seria capaz de encontrar alguns segundos a mais para me livrar de suas vistas. Sem esperar se ele faria isso ou não, corri em direção à uma das janelas de vidro daquela igreja, estava perto o suficiente. As janelas pareciam estreitas demais para o enorme homem tigre atravessar. Já a porta, ela estava trancada. A igreja de Riverside fechava suas portas às dez e era quase meia-noite.

Logo estava criando um novo bando de aves. O diferencial dessa vez foi que o grupo atacante se jogou contra o vidro, rachando-o facilmente e deixando mais segura minha entrada, que foi feita na base do quebra tudo. Joguei-me contra a janela, protegia meu rosto principalmente. Rasgos de estilhaços foram feitos em minha roupa, mas se me provocaram algum dano em meu corpo, nem senti. Não parei de correr, mesmo estando dentro da igreja. O meu bando responsável pela defesa tratou de se organizar em forma de barreira novamente, tudo para envolver o felino caso ele conseguisse entrar.





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[RP FECHADA] A Bela e  a Fera Empty Re: [RP FECHADA] A Bela e a Fera

Mensagem por Gustavo Katzmann Qua maio 04, 2016 2:35 am



Sem título de propósito
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Encarava a garota, que permanecia irredutível na sua decisão de me enfrentar. Com o bastão ainda visível para mim, ela parecia temer qualquer ataque meu, o que é algo que eu queria que ela fizesse. Ela parecia um pouco interessada também em mim, deve ter sido a primeira vez que ela vê uma criatura como eu, que não é possível identificar o que é, se é um mutante, ou se é um animal modificado. Escuto ela me parabenizar por, supostamente, recusar um título, mas também vejo ela se mover lentamente. Evito fazer qualquer movimento ameaçado, apenas vou me virando enquanto ela se movimenta.

- Existem muitas coisas que eu odeio, se você estiver fazendo algo delas... - murmuro, ainda a encarando.

- Antes de tudo, eu... - sendo interrompido pela garota, que apontava para um canto, instintivamente olho para a mensagem, a lendo rapidamente. De repente, sinto o som dos seus passos e o vento formado pela sua correria atingir meus pelos. Cerrando os punhos, respiro fundo e guardo minha katana, passando a mão nos pelos do rosto.

- Tolinha... - digo, escutando o som do vidro quebrar.

Rapidamente, me coloco sob as quatro patas e corro na direção da igreja, chegando lá ainda a tempo de ver o vulto da garota entrar. Me aproximo da janela e me concentro no meu lado animal para captar seu cheiro. Um pedaço de sua roupa, que ficou preso num dos cacos de vidro da janela arrebentada, me ajudou muito. Pegando ele, o seguro e puxo uma adaga para remover os cacos que pudessem me machucar. Posso ser bruto, mas preciso ter cuidado para não ter um ferimento que possa reduzir minha mobilidade.

Entretanto, antes que eu pudesse entrar, percebo que a área da janela está escura demais, em comparação aos outros pontos da igreja. Respirando fundo, fecho meus olhos e me concentro mais, reabrindo-os e perdendo totalmente o olhar de "gatinho fofo" que tenho quando estou controlado. Selvagemente, salto através do espaço onde a janela estava, conseguindo passar sem problemas, afinal, sou um gato, passo por qualquer espaço.

Dentro da igreja, logo sinto os pássaros sombrios indo na minha direção. Ainda em estado selvagem, coloco minhas garras das mãos e das patas pra fora e ataco os animais, causando sua dispersão. Caminhando em quatro patas, começo a farejar a garota a partir do cheiro que peguei no pedaço de roupa rasgada. Não demorei para captar seu cheiro novamente, e encontrar o local que ela estava. A igreja estava completamente escura, o que não era problema pra minha visão noturna. Meus olhos brilhavam e eu caminhava ainda por quatro patas, movendo minha cauda lentamente. Pudia ouvir os passos rápidos da garota, ela corria dentro da igreja, pisando forte no piso de mármore desta. Corro na sua direção, até chegar ao ponto principal da igreja, onde haviam os bancos desta e o cheiro dos objetos que eram usados no culto. Olhava para o lado e via ela, mas os cheiros dos objetos cristãos me faziam voltar a ter meu controle. Olho para a imagem de Jesus Cristo na parede e me sento em posição felina, olhando para a imagem.

- Antes de correr, você me perguntou o que eu sou. Sim, eu sou um mutante, mas não me sinto parte da comunidade mutante, me sinto mais como um animal selvagem, um soldado criado pela vida. Eu lutei muito pela igualdade, segui os sonhos de um grande homem, mas ao vê-lo morrer, percebi o quão estava errado. Ainda que eu não me sinta um mutante, eu luto por essa causa do meu jeito. Eu não faço mais para mostrar algo que não sou, eu faço o que muitos mutantes não podem, eu sujo minhas patas para evitar que outros sejam objetos de sujeira para os inimigos. - digo, ainda olhando para a imagem.

- Você diz sobre um jogo de aparências, mas tudo o que eu vi de você é seus olhos. Só sei que é uma garota por causa de seu timbre de voz, por seu porte físico e pelo cheiro que exala. E o que você diz ser um motivo fútil, eu digo que não é fútil. Quem você acha que a imprensa culpará por essa pichação e aquela janela quebrada? Não vai ser você, obviamente. Seremos nós, os verdadeiros mutantes. O que você acha que vai acontecer amanhã, assim que o jornal das seis anunciar que "Mutantes atacaram a Riverside"? Eu chuto que três mutantes serão mortos em retaliação. Você está querendo ajudar, mas só está atrapalhando. Você não sabe o que é realmente ser um mutante, pelo que percebo. E, a partir do momento que você coloca vidas mutantes em perigo, é minha inimiga momentânea sim - sigo olhando para a imagem de Jesus Cristo, mas atento aos movimentos da garota.

- Se quer saber por que eu luto, o motivo é simples: Eu cansei de ver discursos, cansei de perdoar bandidos, pensei de poupar assassinos e cansei de ver mais e mais pessoas serem mortas por causa dessa discussão do apartheid mutante. Eu poderia voltar a minha vida anterior e esquecer tudo isso, poderia ir até o Central Park e pedir que me jogassem na jaula dos tigres e deixar o curso de minha mutação se completar e tirar o pouco de humano que me resta. Mas eu optei por lutar nessa guerra, optei por ser o que a vida me ensinou a ser: um soldado. - ainda fico atento aos movimentos dela, mas caminho na direção da imagem e coloco minha mão sobre ela, fechando os olhos. Embora ela estivesse num ponto mais alto, eu a alcançava perfeitamente. Ali, murmuro, não fazendo questão de regular o volume para evitar que ela ouvisse ou não.

- Senhor, que tenha piedade por minha alma e misericórdia por todos os meus semelhantes...

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Mensagem por Lana D'yer Elrien Sex maio 06, 2016 12:15 pm



— LANA D'YER : NYXER — RP FECHADA —  A BELA E A FERA :: O ENCONTRO
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Now I'm a warrior, I got thicker skin. I'm a warrior, I'm stronger than I've ever been. And my armor is made of steel, you can't get in.


I'm a warrior!
O tigre havia conseguido cruzar os vitrais quebrados e lutava contra meus pássaros de sombras. Como já esperava, ele não parecia disposto a me deixar partir. Por alguns segundos me senti incapaz de lidar com a situação. Eu tinha uma fera selvagem atrás de mim e a criatura parecia concentrada na ideia de me caçar. Retirei o celular do bolso, ainda a correr, só parei quando cruzei um dos arcos internos daquele lugar. Escondi-me por trás de uma das paredes , em uma área lateral  que me tirava do cômodo central onde aconteciam os cultos. Aproveitei os breves segundos para recuperar o fôlego e voltar a pensar.

De forma cautelosa esgueirei-me para ver a posição do felino. Não tinha certeza se ele conseguia detectar com exatidão o local em que estava, mas o vi parado, a encarar um vitral que mostrava aquele que eu reconheci vagamente como sendo Jesus Cristo. Talvez eu nunca devesse ter visto essa imagem.

Meus antigos pais adotivos, aqueles mesmos que tanto me machucaram, por vezes insistiram em me  'evangelizar' quando foram convencidos pelo pastor que eu guardava algo de demoníaco em mim. Essa 'evangelização' não foi nada pacífica, só me trouxe dor e traumas. Então, a partir dessa lembrança, consegui notar realmente o lugar em que estava...

O felino falava, mas ao mesmo tempo não ganhava toda minha atenção. Eu ouvia apenas pedaços de suas confissões, pois sentia toda a angústia pelo meu passado me atingir com uma força aterradora. Não tardei em escrever algo no celular, estava disposta a sair dali o mais rápido possível, só não estava confiante de que conseguiria sem ajuda. De maneira estúpida eu tinha me deixado capturar por minhas próprias armadilhas.

Senti as lágrimas rolarem pelo meu rosto, até que consegui finalizar a mensagem que dizia: 'Lex, estou sendo caçada por um homem tigre na igreja de Riverside. Você sabe o que isso significa. Eu preciso de você.'

'Você sabe o que significa...' Essas poucas palavras diziam muita coisa, coisas só que o mutante empata conseguia entender, mas que por ironia não tinha nenhuma ligação com o felino que continuava a falar. Eu estava prestes a enviar a mensagem quando o ouvi revelar que me via como sua inimiga. Isso me obrigou a refletir sobre o que estava fazendo, eu estava me deixando levar pelo impulso e pelo desespero. Agia como os humanos acomodados que esperavam alguém para resolver seus problemas, e não era só isso, se chamasse Lex, o tigre também seria uma ameaça para ele. Desisti de arriscar a vida do meu namorado no mesmo instante, resolvi que cuidaria de tudo sozinha.

O felino parecia desconhecer que muitos mutantes queriam lutar, que estavam cansados de sempre sofrerem com as tais retaliações que ele cítara. Aquela fera parecia não compreender que agindo sem um embate claro contra todo o preconceito e opressão que acontecia, nada iria mudar. Era necessário agir contra a raiz do problema, extirpá-la para que nunca mais crescesse, e não podar seus galhos fracos que em breve nasceriam novamente.

Voltei a guardar meu celular no bolso. Suspirei de maneira pesada, inconformada com tudo o que ouvira e entendera. Não dei uma resposta imediata, concentrei-me em voltar a me defender, mas agora de uma maneira diferente. Sendo o tigre capaz de me detectar com facilidade, uma hora ou outra estaria a saltar sobre mim e meus pássaros poderiam não dar conta do problema. Por isso era hora de dificultar as coisas. Naquele ambiente decidi que era o momento de confundi-lo ainda mais. O felino conseguia sim me encontrar com mais facilidade que os outros, mas a partir dali eu iria saber se suas habilidades tinham a capacidade de me acertar com mais facilidade também. Modifiquei minha estrutura física, a partir de então eu seria apenas um vulto negro a se mover na escuridão, algo que, além de tudo, poderia e tornar parcialmente intangível.

- Só lamento se  você desistiu de lutar pela igualdade, mas lutar por algo que vai contra as leis da natureza nunca dará certo. Não nascemos para ser iguais, nascemos para buscar a liberdade e  nossos direitos. - olhei pela última vez para a criatura e depois voltei a me movimentar.

- Meus olhos e cheiro serão as únicas coisas que poderá identificar em mim. E você se engana ao afirmar que não sei o que é ser um mutante, eu convivo com um, sei como ele vive. Ele não tem nenhum tipo de proteção, não pertence a nenhum grupo, e você nunca apareceu para ajudá-lo, nem a ele e nem aqueles que vivem escondidos por não poderem sair. Você se diz um soldado, mas só conhece um lado da guerra, o seu. Deve ser cômodo poder sair pela noite, caçar aqueles que na sua visão estão colocando em risco os tais mutantes que você diz querer defender, você deve achar divertido brincar de predador tendo essa fachada como desculpa. Só que nunca se voltou para o verdadeiro problema. Amanhã no noticiário das seis não haverá apenas o anúncio sobre a pichação, haverá uma série de mentiras, pois é assim que trabalham. Mutantes estão morrendo nesse momento e por vários motivos. E continuarão morrendo se só contarem com você, um soldado de momentos e de fachadas. - como um vulto eu me esgueirava para mais fundo daquele cômodo que acabei descobrindo que dava acesso a outras áreas mais iluminadas. As vozes passaram a se manifestar novamente, algumas exigindo que eu matasse o tigre, outras mandando que fugisse, mas eu apenas seguia em frente.

Ainda que estivesse um pouco mais longe, consegui ouvir seu apelo ao 'Senhor'. Elevei minha voz um tom acima, apenas para que ele pudesse me ouvir com clareza:

- Você deseja piedade, Tigre? Ela não virá da parte de ninguém a quem recorre. Já implorei isso muitas vezes a esse senhor e a quem dizia segui-lo. Tudo o que ganhei foi ódio e pancadas. É isso o que acontece quando você implora por algo. Já não luto por piedade ou misericórdia, e muito menos imploro. Agora o que quero é liberdade e ela não virá sem sacrifícios. - finalizei minhas palavras virando em um novo cômodo, onde me deparei com uma placa que mostrava algo muito interessante.





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Mensagem por Gustavo Katzmann Sex maio 06, 2016 3:05 pm



Sem título de propósito
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Após fazer minha prece, começo a ouvir as vozes da garota. Me levantando e me colocando sob duas patas, começo a prestar atenção no som da voz dela. Era a única coisa que era possível ser ouvida na igreja, além dos sons de ranger de alguns objetos e do vento do lado de fora.

Tentava farejá-la, mas pouco de seu rastro havia sobrado. Possivelmente ela estava num outro estado físico. E eu prestava atenção em suas palavras, movendo minha cauda lentamente e me guiando pela voz dela.

- Você convive com um, mas não é uma. Você provavelmente pode sair durante o dia e tentar levar uma vida normal. Você diz que sabe por que conhece e convive com alguém assim, mas não sabe o que é sentir na pele isso tudo. Eu não conheço apenas um lado da guerra. Eu conheço o lado que todos deveriam lutar. Eu só fui fazer parte de um grupo que me acolheu após ter dado a sorte de ter sido encontrado, pois nunca tive nada. Nunca tive ninguém. Eu sofro com o fato de ser um mutante desde o dia em que nasci e fui abandonado num orfanato brasileiro. - digo, caminhando na direção de onde escutei a última frase que a garota disse.

Não coloco a mão em qualquer armamento meu, e sigo caminhando na direção da voz. Olho procurando por ela, mas apenas consigo perceber a movimentação das sombras. Uma das sombras era mais escura do que as outras, algo difícil de se captar a olho nu.

- Posso nunca ter aparecido fisicamente para ajudar, mas sempre ajudei por outros meios. Os combates que travo e que já travei, ao lado de meus aliados, provavelmente fez com que pudéssemos estar tendo esta conversa agora. As crises recentes, os confrontos, as batalhas... E não, não me é cômodo sair à noite pra caçar. Saio a noite para evitar que, ao amanhecer, todos tenham algo a mais para culpar os mutantes. Saio para evitar que igrejas amanheçam pichadas e quebradas, que corpos apareçam nas sarjetas e evitar que mais manchas vermelhas surjam no asfalto. Seu amigo e todos os outros vivem escondidos e não podem sair, certo? E você acha que eu, um tigre bípede com quase três metros de altura, posso fazer algo que não seja viver escondido? Eu não digo nem que vivo. Afinal, que vida é essa? Nesse momento eu estou discutindo com uma garota que não deve nem ser de maior sobre um assunto do qual ela pensa que sabe algo por que conhece um amigo que é assim... Uma garota revoltada que acha que a melhor maneira de protestar seja danificar o patrimônio dos outros. O que vai fazer depois? Mandar uma mensagem no seu celular para seus amiguinhos fazerem mais pichações? Fazer uma postagem em alguma rede social dizendo o quão está revoltada por ser perseguida por mim? É o que, hashtag comida de tigre? - digo, ironizando a opinião da garota. - Se nós dependêssemos de pessoas como você, não estaríamos morrendo, já estaríamos todos mortos. Ainda mais alguém que só atrai atenção desnecessária para nós. Não percebe o teor de seu discurso fútil? Só está se igualando aqueles que perseguem os verdadeiros mutantes. A liberdade que você deseja não deve ser trazida com sacrifícios. O caminho não é esse, nunca foi, e nunca será.

Me aproximo do vulto que ela diz, mas ainda fico a uma certa distância, observando o cômodo novo mas sem prestar muita atenção nos detalhes.

- Muitos dos que se dizem seguidores são hipócritas, ferem os próprios mandamentos. Mas o que eu considero não são os seguidores, mas sim ele. Todos somos iguais perante os olhos de Deus. Você não possui fé nas suas palavras. Acha que tudo o que deseja deve chegar a você com um estalar de dedos, se esquece que nada é fácil nessa vida. Se esquece de que você só recebe aquilo que oferece aos outros. Você não passa de uma garota chorona, que acha que pode pisar em tudo e em todos simplesmente por fingir ser algo que não é. Nada funciona assim. Você tem que saber recorrer às pessoas certas para te ajudar. Eu tive ajuda das pessoas certas, e muitos ainda podem ter, desde que estejam enxergando a guerra do ângulo correto

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[RP FECHADA] A Bela e  a Fera Empty Re: [RP FECHADA] A Bela e a Fera

Mensagem por Lana D'yer Elrien Dom maio 08, 2016 6:36 am



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Seguia o caminho indicado pela placa. Se tudo desse certo, se eu conseguisse chegar ao meu destino, poderia sair daquele lugar sem ferir - muito - o tigre e sem me colocar em risco. Era só ter paciência e não me deixar levar pelas palavras de ódio das vozes e do próprio felino, que parecia nutrir mais raiva de mim a cada segundo que passava. Ele acusava com palavras sem sentido, expondo alguns fatos de seu passado que só me faziam acreditar que não era necessário vê-lo como inimigo. Ele era só mais uma vítima das circunstâncias. Estava cego, tensionado a seguir uma ideologia que o fizeram acreditar que era correta. Era realmente um soldado de momentos, treinado para enxergar o presente. Ignorava o passado e não sabia como moldar o futuro.

Eu ouvia suas palavras e tinha a certeza de que continuava a me seguir. O som de sua voz não se tornava longínquo. O eco era forte, vibrante e destacado naquela noite silenciosa. Se ele insistia em vir, pois que viesse, por mais que insistisse em ser a fera, parecia esquecer quem eram os maiores predadores dessa nossa selva de pedras...

- Você já amou tanto alguém que conseguiu sentir todo seu sofrimento? Já teve uma ligação tão forte com outra pessoa que os problemas dela passaram a ser os seus? Provavelmente não, por isso vem com essa desculpa esfarrapada de que só se conhece quando se vive como um. Não é preciso ser literalmente um mutante para enxergar seus problemas, mas se isso não te convence, tenho outra pergunta. Você realmente me vê como uma pessoa comum? Já te mostrei que não. Você está tão desnorteado que não enxerga nada além daquilo que deseja. Mas não vou expor todos os problemas que passei, não farei dessa conversa uma competição para ver quem tem a vida mais dramática. - após circular por vários locais daquela igreja, por fim encontrei a sala que tanto procurava. Nela não havia portas, apenas um grande arco que permitia a entrada e saída. Também havia uma janela alta, aberta. O vento frio entrava por ela e balançava algumas cordas leves que encontrávamos pelo local. Mas o mais importante ali era as engrenagens e os cabos de aço.

- O que você ganhou com toda essa sua luta, Tigre? - motivei que falasse. Precisava saber o quão próximo estava.

- Só estamos tendo essa conversa hoje porque você decidiu bancar o 'tigre da lei' e se incomodar com algumas pichações. São esses seus meios? Muito duvidosos...  Alguma vez resolveu? Acredito que não, ou você não teria tanto rancor para mostrar. E creio que não tenha percebido, mas você apenas pensa nos mutantes sendo culpados por tudo o que acontece. Mas já parou para refletir sobre quem os culpa? - analisava alguns cabos e olhava para cima, tinha que encontrar o correto.

- Quanto sangue já derramou nessa sua jornada eterna? Confesse que adora caçar e matar, você já matou até quem não devia morrer. Não me venha com discursos hipócritas. Você nem reconhece seu verdadeiro inimigo. E se aqueles que aparecessem aqui fossem mutantes como você, qual seria sua atitude? Está ignorando minhas palavras quando digo que há aqueles que querem lutar de verdade. Permanece perdido e fazendo o que querem que faça: lutando contra os seus. Quando tiver a oportunidade de me estraçalhar irá fazê-lo porque para você eu sou o problema. Mas uma nova distração surgirá amanhã e depois, enquanto isso o real problema  permanecerá em segurança, vendo seus soldadinhos iludidos lutando pela sua maior causa: a separação daqueles que deveriam se unir. - nesse momento encontrei um dos cabos que buscava, mas ainda não era hora de agir.

Ao ouvir o felino usar a ironia para um assunto tão sério, balancei minha cabeça em sinal de desaprovação. Ele deveria pensar que iria me ofender dessa maneira, mas só conseguiu provocar uma decepção ainda maior. O homem tigre se achava muito certo sobre seus pensamentos, mas só trabalhava com suposições equivocadas. Era algo que realmente lamentava. O irônico mesmo foram suas palavras que criticavam o que eu dissera sobre sacrifício, sendo que ele nem tinha compreendido em qual sentido eu tinha dito. Mas ele, justamente ele, alguém que implorava piedade a uma imagem que na história se sacrificara pelos pecados do mundo, repudiava tal palavra.

- Diga- me, Tigre, quantos inocentes você sacrificou? Você consegue dormir bem, ou vive à espreita na calada da noite porque não consegue suportar sua consciência? Minhas mãos estão limpas, não foram manchadas com sangue de inocente, o que você diz sobre as suas? Quem aqui é o hipócrita?

Eu esperava o melhor momento para agir. Ouvia mais palavras sem sentido daquela fera, não sabia de onde ele tinha tirado tantas idéias erradas. Ele dissera que eu estava acostumada a uma vida fácil, quando na verdade tinha que batalhar para sobreviver. Gostaria de despejar toda vida difícil que tive só para calar a boca daquela criatura, mas só seria perda de tempo. Ele permanecia convicto na ideia de que estava no lado certo da guerra, seria preciso muita paciência e doses de realismo para que recobrasse sua consciência.

Suspirei profundamente, olhei para cima mais uma vez e disse:

- Você está tão alienado que é incapaz de interpretar a verdadeira mensagem. Mas entenda, não vou parar. Você se foca em tapar o sol com a peneira, quando na verdade tinha que tentar acabar com todo o preconceito que te cerca. Você resolve seu problema hoje, mas quem estará cuidando dos traumas de um mutante que se vê rechaçado pela sociedade? Essa garota que 'nem é de maior' consegue enxergar muito além do que você vê...





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[RP FECHADA] A Bela e  a Fera Empty Re: [RP FECHADA] A Bela e a Fera

Mensagem por Gustavo Katzmann Qua maio 11, 2016 12:28 am



Sem título de propósito
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Parei de caminhar assim que ela disse sua última palavra. Minha única reação momentânea foi ficar olhando para ela. Por fora, uma observação fria e calculista. Por dentro, um boom de memórias e momentos me veio à cabeça.

Flashback - Leitura Opcional:

- Contar a história de sua vida não é competir para ver quem é mais dramático. É uma maneira de mostrar o que há em comum. É uma maneira de mostrar entendimento.

De repente, eu ergo as duas mãos em sinal de trégua. E volto a falar.

- Eu tinha nove anos. Fui chutado por um assistente social num orfanato e chamado de aberração. Centenas de crianças me chamaram do mesmo. E repetiram, e repetiram... E repetiram. Naquela noite, eu perdi meu controle e arranquei o olho de um garoto. Me arrependo amargamente do que fiz, mas eu era uma criança, será que eles se arrependeram de me chamar de aberração?

Escuto alguns sons fortes vindos do teto. Ratos, provavelmente. E percebo os desvios de olhar da garota. Preciso ficar esperto, ela deve estar bolando algo.

- Vivi depois nas ruas, como um lixo da sociedade. Estava abaixo dos mendigos até, pois eu, além de estar nas ruas, já estava completamente animal. Eu matei pessoas, por que era meu instinto. Eu não sabia o que eu estava fazendo. Na minha mente, eram ameaças contra mim. Eram pessoas que poderiam me matar. Eu lembro de tudo claramente, e uma parte de mim sabe muito bem por que fez aquilo. Querendo ou não, eu deixei de ser apenas um mutante, e tinha me tornado num animal selvagem, entregue à mutação. Dizer que eu tenho gosto pela caça e pela morte, tentar me culpar por mortes de quem não merecia, é que nem querer culpar um predador por ter matado sua presa. Eu... Eu era irracional! Querer me culpar por isso é que nem querer culpar um bebê por ter mordido a mãe.

Respirava fundo, passando dois dedos nos olhos, e torno a repetir.

- Você é uma hipócrita, por acreditar que enxerga além do que vê. Você pode sair na rua. Você tem uma aparência normal. Você não é coberta por pelos tigrados, não tem mais de 5 metros de altura, não possui asas. Você pode ser mais do que uma humana, mas ainda assim, se quiser, pode viver em sociedade. Está cuidando de um mutante? Ótimo, mas isso foi opção sua. Ele não tem opção. Eu não tenho opção. Entende como você está sendo hipócrita? Eu tenho certeza do que estou falando, você fazendo isso só está atraindo mais atenção negativa aos mutantes. E, você disse que surgem distrações a todo momento. Você é uma distração. Eu não estava na rua para te caçar. Mas estava cansado de ver mais e mais as pessoas querendo chamar a briga pra si, tomando ações precipitadas como atacar uma igreja histórica, só para colocar caçadores religiosos atrás dos mutantes. Ou você acha que a corja que segue aquele pastor anti-mutante não iria atrás de quem atacou a igreja? Ou pegaria o primeiro mutante que visse pela frente para culpá-lo pelo acontecimento? E sabe quem que teria que defender esse mutante? Correr o risco de morrer nas mãos de um grupo religioso anti-mutante que distorce a palavra de Deus? Você mancha suas mãos de sangue ao fazer isso, mas não percebe por que está cega. Você, ao fazer isso, incentiva tal ato. As coisas acontecem mesmo que você não interfira? Sim, acontecem. Mas, com você incentivando, acendendo a chama do ódio mais ainda, faz com que as coisas apenas piorem para nós. Não se apaga incêndios usando gasolina.

Farejo os arredores, para ver se percebo a presença de alguém, não percebendo nada. E volto a falar.

- O real problema é conhecido por todos nós. Mas não está impregnado em todas as pessoas. Mesmo quando eu era uma criança e já demonstrava ser uma aberração, abandonado pelos pais e rejeitado em orfanatos, havia uma pessoa que demonstrava carinho por mim, independente do que eu fosse. E, por mais que você tente se enganar tentando pensar em algo que seja mais profundo que isso, o fato é que nós estamos em um mundo maluco, e não sabemos o que deveríamos fazer. - olho para o nada, rememorando novamente um ponto de meu passado, mas dessa vez falo tudo o que lembro. - E eu já amei sim. Seu nome era Maxine. Ela me resgatou, me ajudou a controlar, até me deu um nome. Ela sentia minha dor, meu sofrimento. E eu senti toda sua dor e seu sofrimento quando um desgraçado feriu ela bem na minha frente, um desgraçado que dizia que os mutantes deveriam oprimir os humanos. Eu corri com ela, tentando salvá-la de alguma maneira, mas não pude fazer nada, ela apenas morreu em meus braços. Eu já tive apreço também a outra pessoa, que se chamava Charles. E que também morreu sem que eu pudesse fazer nada. Isso me afetou demais.

Abaixo meus braços, ficando em postura comum, encarando a garota. Não estava com qualquer arma em punho, mas estava atento para qualquer coisa. O vento era forte e chegava a assoviar.

- E se você acha que está de lado diferente do meu na guerra, acha que estou sendo hipócrita, acha que está certa só por que assumiu problemas de outros para si, acha que estou perdido em pensamentos desconexos, então some da minha frente e eu finjo sua inexistência. Se você entende de que estamos do mesmo lado da lei, venha até mim. Da mesma forma que eu entendo suas razões, você precisa entender as minhas.

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[RP FECHADA] A Bela e  a Fera Empty Re: [RP FECHADA] A Bela e a Fera

Mensagem por Lana D'yer Elrien Qua maio 11, 2016 12:50 pm



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I'm a warrior!
O grande sino da igreja encontrava-se no topo daquela sala, no alto da enorme torre. O plano era simples e fácil de ser executado. Após o homem tigre falar tanto sobre suas vantagens auditivas, não foi difícil pressupor que seu sentido aguçado também era uma de suas fraquezas. O badalar do grande sino poderia se tornar algo incômodo para mim, mas seria ensurdecedor e atordoante para o felino. Eu só precisava tomar coragem para puxar aquela maldita corda e depois disso usar mais uma vez meus pássaros para atrasar o tigre e fugir. Mas eu ainda ficava a ouvir e lamentar a história daquela fera. O felino que eu sequer reconhecia o nome tinha pontos em comum com meu passado.

- E você me entende, Tigre? Você até agora só zombou de minhas motivações. Acha impossível alguém se colocar no lugar do outro, mesmo não pertencendo à mesma... Raça. - desabafei mais uma vez, a partir dali indo mais além em minhas revelações pessoais. Eu não gostava de revelar fatos marcantes e trágicos de minha vida, aprendera que a melhor forma de se proteger contra a crueldade do mundo era se manter cautelosa com as palavras.

Soltei um suspiro quase inaudível, meus olhos baixaram, buscando as sombras disformes que se encontravam pelo piso brilhante daquela sala. Sob a máscara, lágrimas discretas rolavam. Era difícil de explicar, eu pouco me importava com humanos que agonizavam por sentir a morte chegando, mas ouvir as revelações de qualquer mutante que se mostrava traumatizado pelo seu passado difícil me deixava assim. A razão não era meu altruísmo ou profunda empatia, era muito mais que isso, era como relembrar meu próprio passado.

Molhei meus lábios enquanto ainda pensava se deveria falar ou não, mas não estava totalmente dispersa. Passei o cabo de aço ao redor de meu pulso, assim minha mão não escaparia com facilidade no caso de uma súbita mudança daquela fera. O felino parecia estar em um momento de trégua, mas eu não sabia quanto tempo duraria.

- Você já foi deixado ferido em um beco escuro, prestes a morrer por que fora atacado por aquele a quem chamara de pai por longos anos? Eu tinha cinco anos quando aconteceu... - levantei meus olhos olhando para o tigre, mas desviando em seguida. Não queria que ele percebesse que eu controlava meu choro.

- Eu era uma criança bonitinha, adorável quando permanecia de boca fechada. Mas nem isso me protegeu. Quando decidia falar sobre as criaturas das sombras que me revelavam segredos, todos se assustavam. No começo era até interessante para os outros, mas quando comecei a falar sobre as mortes que aconteciam ou aconteceriam, fui considerada uma aberração, mesmo não possuindo nenhuma mutação física. Convenceram meus pais adotivos a me destruirem por eu ser 'filha de Satan', mas eu era apenas uma criança que falava com as sombras e encontrava mais apoio nelas do que em meu próprios pais. - apertei mais firme aquele cabo, ao ponto de conseguir uma badalada fraca do sino. O som discreto ressoou em meu ouvido, mas foi ignorado, fora fraco demais.

- Você entendeu o que quero dizer, Tigre. O mundo vive inundado por preconceito. Pessoas e até mesmo mutantes lutam para se colocarem como superiores em tudo. Não é só você que sofre por ser diferente, por ser fora dos padrões. Nós temos lá fora pessoas sendo humilhadas e agredidas por serem negras, gordas, gays, mulheres e tudo o que podemos imaginar. Essa gente também não possui mutações, mas sofrem do mesmo jeito. A corja manipuladora planta isso na gente. Querem uma guerra eterna, querem nos manter aprisionados a esse jogo de futilidades e aparências. Essa é a melhor arma que possuem. O meu objetivo não é escrever frases sem sentido, é incentivar a liberdade, unir todos que concordam com esse pensamento. Você sabia que nessa mesma igreja Luther King discursava? - olhei mais além, encarando as paredes daquele lugar. A angústia aos poucos passava, os traumas eram trancafiados mais uma vez no fundo das memórias e eu sob a máscara esboçava um sorriso esperançoso. Talvez não conseguisse mudar o mundo, mas pelo menos o deixaria melhor para se viver.

- Eu posso entender o respeito que você dá a esse templo de pedras, mas para mim ele não diz muita coisa se for considerado apenas uma igreja. Paredes são construídas e demolidas. Os rabiscos que eu fiz lá fora serão apagados por uma pintura, e talvez até amanhã mesmo. O que vai permanecer será a mensagem. Você não pode temer o sistema e permanecer calado, deixando que propaguem o ódio.

Um silêncio se apoderou do lugar por breves instantes, mais uma vez levei minha mão à nuca, sentindo a ferida que conseguira no ataque na avenida.

- Eu sei o quanto podemos nos ferir quando tentamos fazer o que achamos certo, não sou uma pirralha bobinha metida a revoltada que não considera as consequências de seus atos. - encarei com segurança os olhos do híbrido.

- E eu já sacrifiquei muito para proteger a quem amo, por isso entendo de sacrifícios. Estou disposta a sacrificar tudo de novo. Não vou permitir que ameacem meu... - estive a ponto de revelar o nome de Lex, mas percebi no ultimo instante, mudando a frase rapidamente. - Não vou permitir que prejudiquem a quem me dedico.

- Você pode achar que é mais seguro cuidar dessas 'distrações', mas ainda não me convenceu que isso funciona.  E não é certo culpar a mim por causa do poder e da influência que essa gente maldita exerce. Não vamos te libertar se só cuidarmos dos problemas da superfície, precisamos de um novo pensamento, de novas atitudes. Você e qualquer um deve poder caminhar sem medo de opressões, esse é um direito seu. Porém, isso não virá com você apenas caçando pela noite. Você mesmo disse que já encontrou pessoas capazes de ignorar toda essa rede de dominação mental. Esse tipo de pessoas que devemos alcançar em princípio. E não, minhas mãos nãos estão sujas de sangue. Eu não penso dessa forma. Não irei me intimidar por esse jogo. Não citei 'mutante' em nenhuma de minhas palavras. E ainda que tivesse citado, não posso me calar por culpa desses lunáticos. Permanecer calado é concordar passivamente, é isso que você faz. Se amanhã, ou melhor... - retirei o celular do bolso para ver a hora, mas o que li foi a mensagem mais inoportuna para aquele momento. Ela dizia: 'Estou indo.' E o número era dele, de Lex. Olhei os minutos, já tinham se passado mais de dez, ele deveria estar chegando. Isso não poderia ter acontecido.

Perdi-me nas palavras, também perdi o foco. Se o tigre quisesse me atacar aquele seria seu melhor momento. Eu tentava saber como fora estúpida ao ponto de mandar a mensagem sem querer. Balancei meus cabelos de maneira preocupada. Os dedos começaram a trabalhar com certa agilidade para escrever: 'Estou bem, já estou perto de casa. Preciso de você lá'.

O motivo para estar tão nervosa era simples, Alexius nunca chegava com cautela quando sentia que eu corria perigo. Ele não agiria diferente dessa vez. Enviei a mensagem o mais rápido que pude, mas talvez o moreno nem tivesse tempo de ler.

- Eu vivo em um mundo sem leis, Tigre. Entendo seus pensamentos, mas isso não significa que vá concordar com eles. - respondi ao último comentário do felino. Falava mais rápido, de maneira mais ansiosa. Olhei para o sino, ouvindo o assobiar fantasmagórico dos ventos.

- E agora só quero ir para casa.

Não era mais uma questão de coragem ou piedade, era fazer ou fazer. Puxei a corda e ouvi o badalar forte retumbar. Naquela noite o som se propagou rápido e de uma forma tão potente que até meus ouvidos zuniram e a cabeça reclamou, nem quis imaginar o que aconteceria ao tigre. Rapidamente fiz surgir um bando de aves que cobriram o híbrido para me defender, o grupo de ataque subiu até o sino para impedir que parasse de tocar. Nesse meio tempo corri sem olhar para trás, na direção dos fundos. O homem tigre dissera que me deixaria ir, mas depois do que fiz teria ótimos motivos para voltar com sua palavra. Seria até compreensível, ele não sabia a razão para eu agir daquela maneira e eu sequer teria tempo para explicar.



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Mensagem por Gustavo Katzmann Sex maio 13, 2016 10:11 pm



Sem título de propósito
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Me mantinha observando a garota. Num certo momento, ela parou de falar e ficou olhando para os lados. Eu poderia atacá-la, mas agora minha estrategia era outra, era tentar conquistar sua confiança. Isso seria difícil, sobretudo pelo começo de nosso "papo", mas agora eu estava saindo da ofensiva.

- Sempre há uma maneira diferente de... - paro de falar ao vê-la segurar a corda e puxar com tudo. Era fato que ali estava o sino da igreja. Rapidamente, levei as duas mãos aos ouvidos, mas não tão rápido o suficiente.

- YEEEEEAAAAAAAAAAARRRGHHHHHHHHHHHH

Caio no chão ajoelhado, com as mãos nos ouvidos. Cada badalada do sino era um golpe sônico em mim. O grito de dor e de sofrimento era visível, afinal, essas explosões sonoras chegam a ser piores do que tomar um tiro, pois elas causam um dano interno terrível.

- AARRRGGRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRHHHHHHH

Os gritos são substituídos por rugidos de dor, e um fio de sangue começa a escorrer pelas orelhas e pelo focinho, gotejando no chão. O chão da igreja chega a ficar marcado por minhas garras, que instintivamente são liberadas e arranham o chão, uma resposta natural do corpo para tentar dissipar parte da dor. Os badalares não paravam de jeito algum, eu rangia meus dentes e meu corpo tremia muito. Meus braços e patas eram fortes o suficiente para evitarem meu encontro com o chão.

Um sino de uma igreja pode até não causar danos diretos aos ouvidos. O problema é que, comumente, as pessoas escutam tal badalar a uma distância segura. As pessoas de igrejas também são treinadas para o uso correto de um sino. Ainda assim, relatos de dores de cabeça são comuns, pois o som do badalar é criado em virtude do bater de um objeto que os americanos chamam de "clapper", que nos é conhecido como badalo. Cada vez que ele bate no sino, gera o "badalar", que nada mais é do que uma explosão sonora. E, quando esta chega a meu ouvido, que é muito mais sensível que o ouvido humano, tem a capacidade de me derrubar desta maneira.

Os pássaros de sombra avançam na minha direção e me cobrem rapidamente, mas a sombra não afeta as ondas sonoras, e vice-versa. Antes de ser coberto completamente pelas sombras, estico meu braço e vejo ela começar a correr. Com um pouco de força, ainda consigo falar, tentando fazê-la me ouvir.

- Eu... Não ia... Te... Matar...

Os pássaros, então, me cobrem totalmente. Ainda tento, com um esforço, puxar uma adaga. Até consigo puxá-la, e começo a cortar os pássaros de sombra ao meio. Precisava dar um jeito de me livrar deles primeiro, para depois tentar, de alguma maneira, coibir o som daquele sino.

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Mensagem por Lana D'yer Elrien Ter maio 17, 2016 1:18 am



— LANA D'YER : NYXER — RP FECHADA —  A BELA E FERA :: O ENCONTRO
<

Now I'm a warrior, I got thicker skin. I'm a warrior, I'm stronger than I've ever been. And my armor is made of steel, you can't get in.


I'm a warrior!
Eu corria tentando ignorar meus sentimentos. A minha intenção não era ferir gravemente o tigre, mas seus urros e gritos deixavam claro que todo o dano causado por aquele som aterrador era um ataque quase que insuportável para ele. Poderia até mesmo jurar que sangue jorrara discretamente pelo seus ouvidos e nariz. Meu ataque simples foi devastador para o pobre felino, e as aves negras continuavam com seu vôo a fim de não permitir cessar o som, mas fui capaz de fazê-las se dissiparem. O sino continuou com seu badalar por puro reflexo, no entanto, em breve pararia.

Gostaria de voltar e ver o estado do híbrido, mas acreditava que isso seria tolice de minha parte. A revelação que ele fizera, aquela que dissera que não pretendia me matar, repetia-se em minha mente. Eu poderia acreditar, mas senti o vibrar de meu celular em minha mão, lhei para o visor, meu coração se apertou, era Lex que me ligava. Rejeitar sua ligação só pioraria as coisas, por isso decidi atender. Ele nem esperou que eu dissesse alguma palavra, já disparou:

- Ouvi sinos e um urrar sinistro. Você mentiu, não foi? Ainda está na igreja.

Demorei poucos segundos para responder, estava a refletir sobre suas palavras.

- Lana, se você não falar nada, vou entrar nesse lugar. - senti que falava sério, por isso não tive outra saída a não ser responder com sinceridade.

- Estou. Estou bem, saindo pelos fundos. - nesse momento tratava de quebrar algumas vidraças com meu bastão. Mal podia esperar para me ver livre daquela loucura. Os sons haviam parado, devolvendo o silêncio àquela noite obscura, no entanto, era apenas um incentivo para me deixar ainda mais angustiada.

- Está ferida? O tal homem tigre ainda te persegue? - a aflição de Alexius no outro lado da linha era evidente, e eu tentava transparecer muita calma para não preocupá-lo ainda mais.

- Não, Lex, eu não o vejo mais, acho que desmaiou. Já disse que estou bem, não estou mentindo. - saia com cuidado para não me rasgar nas pontas afiadas de vidro. Tentava ser rápida e ouvi o suspirar pesado do moreno, logo depois ele dissera:

- Tudo bem, eu acredito. Mas o estardalhaço nessa igreja não deve passar despercebido. A polícia deve ter sido acionada, precisamos fugir o mais rápido possível. - parei ao ouvir suas palavras. Olhei para trás, pensando no que aconteceria à fera caso fosse capturada, ele poderia levar toda culpa. Até mesmo dei um passo para retornar à igreja, mas subitamente Alexius apareceu em meio às sombras das árvores. Ele tinha me encontrado.

- O que você pensa em fazer? - perguntou se aproximando. Desligou seu celular e me encarou com seus profundos olhos azuis.

- Se capturarem o tigre muita coisa desagradável pode acontecer.

Lex estava de frente a mim, acariciou meu rosto sobre a máscara, retirando-a logo em seguida.

- Acredito que ele possa se cuidar sozinho, deve ser veloz o suficiente para meter o pé antes que seja capturado. Nós não temos esse privilégio. Precisamos sair daqui agora mesmo.

Eles estava certo, e se eu não o ouvisse estaria arriscando nós dois. Para me dar a certeza sobre o que fazer ainda ouvi uma sirene tocar ao longe, eles pareciam estar chegando.

- Tudo bem, vamos embora.

Mal terminei de falar e o moreno já me puxou pela mão, guiando-me em meio às árvores. Algumas vezes eu ainda olhava na direção da igreja tendo a esperança e a precaução de tentar avistar o homem tigre.





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Mensagem por Gustavo Katzmann Ter maio 17, 2016 10:12 pm



Sem título de propósito
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Reagia instintivamente aos pássaros, cortando-os da maneira que eu podia com a adaga. Mas cada badalar ainda me jogava pra baixo. De repente, os pássaros sumiram, mas o sino ainda batia. Olhava pra baixo e via as gotas de meu sangue. E ainda urrava muito.

- GRRRRAAAAAAAAWWWWWWRRRRRRRRR

Tentava me levantar, ainda colocando as mãos nos ouvidos. Não conseguia me apoiar sob as duas patas, tinha que caminhar como se tivesse as quatro patas. Meu equilíbrio estava afetado pelo sangramento nos ouvidos, mas por sorte o sino estava parando. Ainda assim, cada badalar restante me fazia arranhar o chão, deixando as marcas de minhas garras no local.

- Grrrr...

Quando o sino parou, ainda fiquei no chão sob as quatro patas, rosnando um pouco e tentando dissipar a dor. Lambia as costas da minha mão direita e passava nos pelos do rosto ensanguentados. Depois, me sento em posição felina, pensando um pouco naquilo. Fico de frente para a mancha de sangue, e puxo a correia que prende minha foice para limpar parte da mancha, tentando apagar vestígios em vão. Para limpar totalmente, eu teria que lamber o chão, e isso é algo que eu não farei.

- Preciso melhorar minha persuasão... Grrr... - sentia um pouco de descontrole por causa do dano. Estava furioso, e isso me deixava irracional e animal. Precisava me conter.

Me levantando, agora conseguindo me equilibrar novamente nas duas patas, farejo a garota e consigo captar seu cheiro na direção do sino. Passando por debaixo dele, vejo outra janela quebrada. Ela fugiu.

De repente, começo a ouvir sirenes da polícia. A bagunça era enorme, e não havia tempo hábil para limpá-la. Provavelmente o sino e meus rugidos chamaram atenção demais. Pensei em ir atrás dela, mas poderia ser capturado rapidamente.

- Grr... - solto um grunhido quando tento falar, precisava realmente reduzir minha fúria. Salto para fora e caio de pé, me abaixando no chão e respirando fundo. Ativo, então, minha mente feral, e sinto a dor cair, mas sinto que não posso falar nada.

Ouvindo mais uma vez as sirenes, começo a correr sob quatro patas, passando na frente da garota sem perceber. Corria em velocidade e entrava nos becos, tentando sumir primeiro, para depois voltar para casa.

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