[Background] James Uchoa - Ferrão

Ao longo de seus 38 anos Júlio Uchoa nunca tinha encarado uma situação tão complicada como a que se disseminava agora por todo o globo terrestre. Os X-men e seus aliados eram mortos sem nenhum motivo aparente. Além disso o maior objetivo deles é capturar o Uchoa, justamente por ter sido diretor do Instituto X e líder da super equipe de mutantes.

Essa situação decorreu do domínio da IMA e Hidra no governo dos Estados Unidos da América e a sua busca desenfreada por mutantes que sirvam para integrar seu exército contra aqueles que se colocavam contra eles e sua soberania. Grande parte da população não sabia da situação, pois eles tentavam fazer parecer que tudo estava normal e acontecendo como a rotina. Além disso havia a manipulação da mídia que passava uma imagem negativa dos mutantes.

Júlio e sua antiga namorada que agora se encontrava grávida estavam em um Bunker subterrâneo, cedido por Zeus Campbell, em algum lugar de Nova Iorque escondidos, uma vez que um dos maiores alvos da IMA, com o intuito de reviver antigos projetos que a hydra estava desenvolvendo anos antes.

O número de contrações que a mulher estava sentindo aumentavam a cada hora, o que só preocupava mais o Júlio que não parava de verificar o relógio a cada minuto que passava. O Uchoa estava exatamente em frente ao elevador, esperando a chegado do curandeiro quando ouviu um barulho indicando o movimento das cordas do elevador, porém quem saiu de lá foi Leon di Traditoria.

_ Ele já está vindo, Uchoa _ disse já antevendo o que Júlio estava pronto pra perguntar _ Onde ela está?_ ele perguntou assim que saiu do elevador.

_Por aqui. Por que demoraram tanto?_ questionou Júlio.

_ Você sabe como é difícil mover um mutante pela cidade com tantos rastreadores. Ainda mais aliados seus, afinal estamos todos sendo vigiados. Vamos levar ela para a sala de enfermagem.

Zeus, o único curandeiro aliado a Uchoa, chegou por meio do teleporte junto de seu pai. Ele já estava preparado para realizar o parto, mesmo não sendo um obstetra ele era a única opção que tinha. Além disso ele era o único que conseguia impedir que o vírus de se espalhar, mesmo não o exterminando de fato.




Preciso afirmar que foi difícil crescer do jeito que aconteceu comigo, mas não por viver sempre em alerta por causa do perigo eminente e sim pela culpa que levava comigo por ter causado a morte de minha mãe por complicações durante o parto. Além desse problema, o vírus que a IMA fabricou para conseguir conter e matar mutantes indesejados estava alojado em meu braço, Zeus havia conseguido o manter inativo e proibir sua locomoção, porém seus poderes de cura não conseguiam sumir com ele e também o tratamento só seria eficaz quando quando o vírus entrasse em ação - que seria apenas se meus poderes aflorassem.

Exceto esses problemas eu não via minha infância como algo anormal, já que essa era a única realidade que eu conhecia. Minha rotina era viver escondido com meu pai e às vezes encontrar alguns X-men, já que praticamente todos estavam sendo perseguidos e considerados criminosos. As organizações que estavam por trás do governo estadunidense agora dominavam quase todas potências mundiais e por mais estranho que pareça um dos únicos Estados não infiltrados era o da Itália, por isso meu pai e eu conseguimos viver ali por tanto tempo.

Durante nossa estadia na Itália reencontramos Alex, o clone do meu pai que ele criou como filho, o que o tornava meu tio/irmão. Foram os anos mais tranquilos que tive em toda minha vida. Minhas únicas preocupações eram realizar o treinamento pesado que meu pai me induzia a fazer e saber quando que meus poderes iriam despertar de fato. O único indício de algo além do normal era o fato de eu ter um entendimento das coisas acima da média para as crianças de minha idade e também pelo meu aprendizado acelerado.

Tudo parecia estar extremamente bem, até que a notícia chegou a gente. A IMA e Hidra haviam se revelado e saído das sombras e todo país não comandado por eles tinha agora que obedecer as leis da nova ordem mundial, que envolvia praticamente o registro e entrega de mutantes. Depois disso nada foi tranquilo, afinal não estávamos seguros em nenhum lugar mais.


Depois que soubemos que em nenhum lugar estávamos seguro, voltamos a antiga rotina: não ficávamos em nenhum lugar por mais que uma semana e raramente estabelecíamos contato com alguém. Era nítido ver a preocupação no rosto de meu pai, agora não era só ele que estava fugindo, mas sim toda comunidade mutante e ele não podia fazer muita coisa.

Passamos alguns meses fugindo dessa forma, sempre buscando estar seguros, porém não ajudar a todos parecia ser um ato de covardia. Sempre ouvíamos os boatos de cativeiro e tortura de mutantes, meu pai claramente queria fazer algo para ajudar, porém estava de mãos atadas.

A situação que parecia não ficar pior claramente estava indo pra uma vertente muito pior a cada dia. Certo dia um pequeno esquadrão da Hidra, nos achou. Em algum lugar no norte da Itália, não podíamos fazer muita coisa. Lembro de meu pai gritando para que Alex e eu fugíssemos pela porta dos fundos, porém eles tinham não cercado. Meu irmão usou seus poderes sonoros para derrubar uma parte deles, mas continuavam vindo pra cima. Um deles tentou me agarrar por trás e num movimento de desvencilhamento consegui jogar ele para longe. Em seguida parecia que tudo estava mais lento ao meu redor, o que facilitou meu combate contra eles. Conseguimos escapar dessa, mas nem tudo são flores.

Uns dias depois da batalha, pude sentir meu braço começando a doer, no entanto nenhum medicamento faz efeito, nada conseguia impedir o vírus de agir e espalhar sua doença podre. Era algo estranho de sentir, em algumas semanas podia ver meu braço preto e ficando podre. A necrose havia tomado todo meu membro e temíamos não poder conter a infecção e o vírus só no braço e o melhor a se fazer era amputar.

Era impossível definir a quanto tempo eu estava preso ali. As coisas ficaram meio nubladas em minha mente desde o dia em que mataram meu pai na minha frente.

Tínhamos finalmente tomado a iniciativa de ajudar os outros mutantes, ainda mais quando eles eram crianças da minha idade trancafiadas em um cativeiro.  A informação chegou até a gente por um antigo contato que Júlio possuía da época em que ele dirigia o Instituto X. Pela informação que nos foi dada não seria uma missão complicada, a segurança não era muito boa e o número de crianças lá tornavam  resgate uma ação de urgência.

Tudo dava certo durante a minha primeira missão, conseguimos invadir sem dificuldades o local e já estávamos nos dirigindo para a saída com as outras crianças quando uma tropa maior chegou. Era uma emboscada. Depois disso tudo começou a dar errado, até que todos foram capturados e meu pai foi assassinado bem na minha frente.

Desde então estou em uma base da IMA junto com as outras crianças mutantes que estavam naquele cativeiro que tentamos salvar. Depois que chegamos ali fui sedado por um tempo em que não consegui distinguir, mas desde que acordei sei que se passaram mais ou menos três meses - é complicado contar o tempo quando se é torturado quase sempre. Éramos submetidos a um treinamento desumano diariamente, para o que achava que seria uma tentativa de reviver o projeto a qual meu pai foi submetido no passado.  Nessa época também foi que ganhei meu primeiro implante de braço biomecânico.

Apesar de ser um dos integrantes que mais se destacava no treinamento e que tinha o desenvolvimento mais promissor eu não fiquei muito tempo nessa equipe, já que assim que perceberam minha Super Inteligência decidiram me transferi para o setor de ciência e tecnologia, para ajudar na fusão de tecnologia alienígena com a humana.

Devo admitir que não foi uma boa ideia para eles me colocar tão perto dos experimentos tecnológicos, não quando eles mantinham um projeto tão grande e potencialmente perigoso em processo de aprimoramento. O negócio era que  elas possuíam uma máquina do tempo, uma que usava energia cósmica como fonte de alimentação, porém não conseguiam fazer com que ela funcionasse e todas as cobaias morreram no processo. Até que bem, eles conseguiram fazer com que desse tudo certo, foi nesse momento em que eu interferir no projeto e tentei destruir a máquina, afinal um equipamento daquela magnitude poderia ferrar com todo o planeta.

Cheguei nessa linha temporal no ano de 2014. Apesar de ter modificado a máquina, não havia conseguido saltar de volto a meu tempo, o que me deixou preso aqui. Quando apareci aqui integrei um grupo de jovens super humanos (mutantes, inumanos e etc) denominados Lost Boys que fazem justiça a própria maneira. Uma das missões do grupo que fez com que os X-men me encontrassem e que eu conhecesse meu pai dez ano mais jovem de quando eu nasci.