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[RP INDIVIDUAL] Infância Roubada

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Mensagem por Aiden Veal Gough Dom Fev 05, 2017 7:09 pm



welcome to the freakshow.

This is where the freaks go, This is the place that they can never take away.

☠Há lembranças que ficarão para sempre guardadas na memória, o passado nunca pode ser apagado completamente. As lembranças que guardo são do tipo que foram feitas para assombrar e de tal forma que criam traumas difíceis de serem superados. Uma infância difícil pode ser responsável por um crescimento desajustado, mas não vou culpá-la por tudo o que me tornei, vou culpar a mim mesmo e a minha família, pois fui eu quem fiz minhas escolhas e mediante às opções que todos eles me deram. Se me orgulho do que sou hoje? Completamente, apesar de tudo. Sempre permaneci de pé e seguindo em frente, ainda que essas malditas lembranças sejam bem persistêntes. E hoje, em uma simples tarefa, pude relembrar um fato que teve uma grande importância em minha história.

Fui ao mercado próximo à Universidade. Estava precisando caminhar para espairecer, a cabeça doía. A melhor terapia seria inspirar ar puro e comprar algo simples para comer. A caminhada que fiz durou cerca de 10 minutos e minha permanência no mercado durou até menos que isso, não gosto desses lugares. Tudo poderia seguir de maneira corriqueira até um garoto de uns seis anos passar na minha frente como um foguete. Eu nem sei o que aconteceu, mas em poucos segundos o moleque estava no chão, berrando feito uma... criança. Fiquei imóvel, impossibilitado de reagir, eu deveria me virar e seguir rumo aos caixas, mas fiquei paralisado, até começar a olhar ao meu redor, buscando pelo responsável da criança.

- Cadê a mãe do pivete? – falei em um tom nada cuidadoso ou calmo, deixando transparecer a raiva que sentia daqueles pais relapsos e negligentes.

Rapidamente a mãe da criaturinha apareceu. Ela sequer ouviu o que eu falei, chegou em desespero, chamando pelo nome de seu filho. Ao contrário do que pensei no início, ela não era o tipo de mãe de fachada. Senti que realmente se importava com o filho. Seu olhar preocupado deixou isso claro. E eu invejei aquela criança... Aos 26 anos eu senti uma inveja tola de um pirralho chorão. Eu queria ter tido aquilo que ele tinha. E lembrei de um fato marcante que ocorrera no meu passado.

Hommer nunca foi um bom pai, nem mesmo quando eu era muito, muito pequeno. Minha memória falha ao tentar se recordar da primeira surra que ele me dera, ela deve ter ocorrido em uma época bem precoce. Mas eu lembro que desde meus seis anos já apresentava marcas de agressões e, inocente, sabia que era preciso escondê-las, só não fazia idéia do que aconteceria se eu não fizesse isso. Acabei por aprender bem cedo.

A primeira e única vez que eu mostrei um de meus hematomas foi para uma professora na escolinha. Ela era jovem, uns 22 anos e foi a única que em toda minha vida perguntou se eu estava bem. Nunca havia ouvido aquela pergunta. Titubeei por alguns instantes, mas respondi que algo em meu corpo doía e então mostrei o grande hematoma em minha costela, a consequência de uma ‘vassourada’ recente que recebi do meu odioso pai. Claire, a professora, ficou apavorada e ameaçou chamar a polícia. Eu avisei que meu pai era A polícia. Não sei o que deu na menina, mas no fim da aula ela acompanhou minha mãe até a nossa casa e fez questão de conversar com Hommer, esperando até a noite chegar. O que aconteceu naquela conversa não ficou claro para mim, mas no dia seguinte Claire não estava mais na escola. E a substituta apenas disse que por motivos pessoais ela precisou se ausentar.  

Descobri anos depois que a mulher largara o emprego por conta de uma ameaça. Ela nunca denunciou aquele maldito homem, e havia prometido fazer isso caso a conversa não fosse bem sucedida. Claire foi outra fraca que se submeteu à covardia do policial renomado e de ‘respeito’. Talvez se tivesse morrido seria muito melhor vista por mim, mas não, ela optou por ser covarde e fugir sem ao menos cumprir o que prometera. Foi a primeira pessoa em que confiei e a primeira de muitas que me traíram.

Ainda na escola eu já sabia o que me aguardava quando chegasse em casa, mas quando o momento chegou, não aconteceu exatamente como previ. De início eu não sofri com uma surra, na realidade tive que assistir pela primeira vez Hommer espancar Margie na cozinha da casa, culpando-a pela educação que dava ao seu filho língua solta. Os gritos e as súplicas de minha mãe sendo brutalmente agredida me fizeram reagir como um animal. Até os seis anos eu ainda não tinha plena noção dos meus poderes, e tinha medo deles, por isso não usava, pelo menos não por espontânea vontade. A minha reação foi saltar sobre as costas de Hommer, agarrando-me em seu tronco largo e mordendo seu ombro. Estava claro que aquilo não terminaria bem. Em uma diferença gritante de tamanho, com um simples movimento mais bruto o homem me jogou ao chão. Foram poucos segundos até eu sentir o impacto do bico de seu sapato contra minha costela direita, isso três vezes. Naquele dia conquistei minha primeira costela quebrada, na verdade foram duas. E naquele dia também percebi que por mais que apanhasse, Margareth nunca faria nada para me ajudar, nem ela e nem ninguém.

Ainda de maneira inocente, quando Hommer saiu da cozinha, bufando pelo cansaço e quase espumando pelo ódio que ainda o consumia, arrastei-me até o corpo encolhido de minha mãe. Ela tremia e chorava de maneira incontrolável, escondida por entre os móveis.  Ao contrário dela, eu não conseguia derramar lágrimas, estava furioso, magoado, impotente, e muito dolorido. Mesmo ferido consegui me levantar diante a ela, afastei seus cabelos claros que caiam sobre o rosto e olhei para os ferimentos. O infeliz havia acertado em cheio o olho direito dela, a marca já se mostrava bem visível, o inchaço também, aquilo só pioraria.

- As pessoas vão ver, elas não podem ver... – eu disse com a voz embargada por conta do medo e do desconforto que sentia. Sentia-me culpado, mesmo muito pequeno eu sabia que tinha sido minha culpa.

- Elas não verão, filho. Isso não aconteceu, tudo bem? – Margareth disse em meio às lágrimas.

- Você sabe que não pode falar dessas coisas que seu pai faz, não sabe? Nunca mais fale, por favor. – ela implorou e me abraçou, o único abraço que ganhei dela em toda minha vida, o abraço que teve o poder de me calar para sempre. Naquele dia Margie e eu nos calamos para o mundo, quando na verdade deveríamos nos unir para gritar e lutar juntos. Ela falhou em ser mãe e por muito tempo eu sofri com isso, até decidir que era hora de tomar as rédeas de minha própria vida. Se ela fosse o suporte que eu precisava, tudo seria diferente. Disso eu tenho certeza. Mas eu não vou me arrepender, não vou lamentar, só irei odiá-la e agradecê-la, pois a fraca inútil fez de mim um monstro.

Sai daquele mercado ainda invejando o garoto sortudo. O destino não era benevolente com ninguém, e eu também não seria.

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Mensagem por Tempestade Dom Fev 12, 2017 9:49 am



UM CÉU OBSCURO PODE SER TÃO PERIGOSO QUANTO O PRÓPRIO CAOS
TEMPSESTADE

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Recebeu 10 PFS + 70 dólares pela RP individual.

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