[RP Individual] Diário de Investigação: Prova de Fogo - Parte 1

O galpão está iluminado apenas pelas lanternas dos policiais, cuja luz cortavam as sombras. Passos correndo dos oficiais uniformizados, as vozes de conversas e chamadas de comunicadores... No centro do recinto, um monte de cinzas misturadas a materiais inflamáveis parcialmente queimados, ainda soltando fumaças com brasas, jazem aos pés de um cadáver completamente carbonizado, cujos braços estão acorrentados no teto. O cheiro de queimado permanece forte e marcante no ar:

- Mais um assassinato, e no mesmo padrão dos anteriores. A vítima foi Jack Mor, ex-agente da CIA, e havia sido recrutado pela SHIELD. O que acha disso, agente?

O agente Duncan, que coordenava os agentes do FBI na busca de um serial killer, pergunta para Amber. As suspeitas de um serial killer ativo em Nova York, tendo como principais alvos agentes da SHIELD fizera com que Amber, a serviço da SHIELD, ajudasse nas investigações:

- O padrão de vítimas bate. No entanto, tem que deixar claro que a SHIELD está atuando junto com o FBI para solucionar esse caso... Isso atrairia a atenção dele para mim, visto que atuei por um período nos Vingadores.

O agente Duncan faz uma cara de confuso, percebendo que havia um detalhe obscuro com o qual Amber estava contando:

- Mas isso iria torná-lo mais confiante... Vai ser como se as ações dele estivesse surtindo o resultado desejado, e é provável que mais agentes e ex-agentes estejam em risco com isso.

Amber não deixa de soltar um sorriso de satisfação:

- Exatamente. Diga para a sua equipe de comunicação informar à mídia e imprensa que o FBI tem um perfil do assassino em série, e que a SHIELD foi acionada...

Duncan ainda confuso:

- Mas estará colocando outros agentes em risco. Sem contar que é um movimento precipitado, corremos o risco de fazê-lo recuar...

Amber faz um sinal negativo:

- Errado, Duncan. Um galpão há quinze metros da estrada principal mais movimentada de Nova York, sem marcas de pneus, e com todo o material preparado previamente. Já tinha investigado o histórico da vítima, e digamos que é um excelente investigador e lutador, não é qualquer um que derruba agentes da SHIELD. É organizado, calculista, e tem um trabalho de vingança pra concluir, além de ser muito confiante e ter uma raiva a ser trabalhada... Podíamos estar trabalhando SHIELD, FBI, CIA, Interpol, e seja lá que tipo de autoridade fosse, ele jamais recuaria.

Duncan faz uma expressão de incredulidade, se questionando sobre a índole da agente Pasinatto:

- Mas isso colocaria em risco a vida dos agentes envolvidos e de suas famílias.

- Escolhemos como vamos morrer no exato momento em que escolhemos como vamos viver. Todos tivemos escolhas, ou se não, tivemos oportunidades de mudar nossos caminhos... Todos nós somos alvos em nossa profissão, agente Duncan. Faça o aviso para a comitiva de imprensa em meia hora.

Sob o olhar incrédulo do agente Duncan, Amber fala no comunicador da SHIELD, mandando ordens específicas para buscas no banco de dados interno da organização agentes e ex-agentes que tenham tido problemas com a SHIELD, e fugitivos de "projetos" já encabeçados pela SHIELD (ou pela HYDRA infiltrada).



Amber entra sem pressa passando seu cartão de acesso no identificador, digitando a senha, e por fim fazendo a leitura de íris. A equipe que fora designada para ser seu esquadrão era composta por quatro membros, agente Dexter, engenheiro e técnico especialista em tecnologias de informação, agente Miletti, uma franco-atiradora sniper, agente Salim, um lutador corpo-a-corpo e especialista em armas brancas, e agente Holland, um mutante veterano estrategista e espião, este último estava ausente em virtude de seus serviços solicitados previamente, que iriam trabalhar com a equipe do FBI, que estavam sob comando do agente Duncan:

- Agente Dexter, mande os dados que encontrou no banco interno da SHIELD, e inicie uma busca de candidatos que não passaram nos testes da SHIELD. Depois preciso que entre no banco de dados da Interpol, CIA e FBI, cruzando qualquer parceria formal, ou ocasiões com agentes e representantes da SHIELD.

- Certo, agente.

O agente técnico responde, voltando a mexer em seu notebook, enquanto é interrompido pela agente técnico do FBI, Lisbeth García:

- Calma lá, não pode invadir nosso banco de dados. Eu vou pegar as informações no banco do FBI, e passarei para Duncan.

- Que seja, mas se eu descobrir que escondeu algum agente do FBI, é a sua cabeça e a de Duncan que rola. E eu não garanto que seja em sentido figurado...

Amber fala, começando a ficar de mau-humor. Odiava ter que trabalhar com outros agentes, ou pior ainda, agentes que não pertenciam à SHIELD... E naquele momento, ela estava coordenando uma equipe toda da SHIELD, e estava trabalhando lado a lado com uma equipe do FBI. Se sentia limitada, e isso não contribuía para satisfazer seus anseios acerca da busca de informação e da ação direta sobre os alvos... Ela odiava a liderança, porque isso a fazia depender da competência de outras pessoas:

- Assim que o agente Holland chegar, mandem ele vir falar diretamente comigo. Eu vou estar lá na cozinha, revisando o que já temos em mãos, e ver se consigo tirar mais alguma coisa do nosso alvo.

Amber fala, seguindo para a cozinha. Precisava de espaço para pensar, e todas aquelas pessoas, a sufocava.



O quarto desarrumado tinha caixas de pizzas jogadas pelo chão, caixinhas de macarrão instantâneo delivery, papéis de hambúrgueres, e vários guardanapos provenientes da última refeição da agente Amber. Muitos papéis com anotações, fotos riscadas, constantes avisos sonoros vindos do notebook e comunicador:

- Não entendo porque precisa um lugar tão isolado pra trabalhar, agente...

Duncan fala pelo comunicador, com um tom um pouco confuso:

- Gosto de trabalhar nua... Me dá liberdade.

Amber fala sem qualquer pudor, embora fosse mentira. Sua intenção era ter acesso a um espaço privado, onde poderia se organizar sem a intervenção de outras pessoas:

- Se os dados estão certos, não foram encontrados nenhum resíduo de material altamente combustível, apenas materiais inflamáveis. Creio que todos estamos de acordo em supor se tratar de um assassino em série que usa o fogo como principal ferramenta de execução, certo?

Uma voz feminina se precipita no comunicador:

- Um piromaníaco?

- Não, agente Lynn. Um piromaníaco tem prazer em ver fogo, então provoca incêndios em locais muito grandes e visíveis, e permanecem próximos para ver suas obras de arte, nesse caso, as vítimas são sempre ocasionais, mas nunca o objetivo. Nosso alvo tem seus próprios alvos, é movido por vingança, e como não encontramos conexão entre as cinco vítimas, não há uma intenção em relação a elas, mas uma clara intenção em atingir a SHIELD como organização. Para um piromaníaco, o fogo é o objetivo, e para o nosso alvo, ele é uma ferramenta.

- Ceeeeerto...

A agente Olhos de Águia responde, pensativa:

- Isso já dá uma boa limpa na nossa procura dos bancos de dados. Em relação ao banco de dados da SHIELD, temos a vantagem de reunir rapidamente ex-agentes que usariam fogo como principal arma. Visto a proximidade do galpão com uma estrada principal, o nosso assassino não teria mais que meia hora até as chamas acabarem por entregar um incêndio próximo à estrada. Temos também os possíveis sobreviventes de projetos no "lado menos nobre" da SHIELD, ou mesmo das infiltrações da HYDRA, mas sempre é difícil... Os projetos da SHIELD renomeiam suas cobaias e apagam suas identidades, por motivos óbvios, e a HYDRA nem mesmo se preocupa em renomeá-las... Isso vai fazer com que dados possam escapar, mas por enquanto, agentes Dexter e García, vasculhem informações. Dexter no banco de dados interno da SHIELD, e García nos bancos de dados criminais de Nova York.

- Certo.

Ambos respondem em uníssono pelo comunicador. Amber se deita na cama, sabendo que agora era uma questão de tempo até chegar ao assassino, e internamente comemorando sua volta oficial para a SHIELD, se arrependendo apenas de ser obrigada a lidar com uma equipe, ao invés de agir sozinha...

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